Apresentação

Nos tempos remotos, a violência contra as mulheres estava inscrita nos códigos de conduta normal do relacionamento entre sexos, devendo a mulher submeter-se primeiro à autoridade do pai e depois do marido. Um homem que batesse na sua mulher não tinha que prestar contas perante a justiça, sendo protegido até pela própria Lei. Atualmente, os homens e as mulheres são iguais perante a Lei. Em teoria, usufruem da mesma proteção legal, contudo, essa legalidade nem sempre é reconhecida como legítima, continuando a violência contra as mulheres fortemente enraizada nas tradições culturais dos povos (retirado do Manual Alcipe para o atendimento de mulheres vítimas de violência).
Não sendo um fenómeno novo, só nos anos 70 (movimentos feministas) é que a violência contra as mulheres começou a ganhar visibilidade, ser denunciada, tendo-se tornado num problema público digno de atenção. Contudo, tendo em conta o enquadramento social e legal desta problemática, acreditamos que há a necessidade de desenvolver outras formas que ajudem as mulheres a defenderem-se, além das já existentes. Porque consideramos que a prevenção é o primeiro passo, pretendemos atuar no sentido de cada mulher saber defender-se; mas para isso cada mulher deve estar consciente desta problemática e ter a capacidade e vontade de se (re)conhecer a si mesma, de se questionar, de olhar para os seus recursos internos e emporderar-se. É neste sentido que surge o Projecto A(r)MA-TE, atuando no âmbito da defesa das mulheres no contexto da violência contra as mulheres, através de uma experiência teórico-prática.

Visão e Missão: A nossa visão pretende minimizar o risco associado à vitimação contra as mulheres, recorrente no nosso país. A nossa missão pretende contribuir para a prevenção e intervenção da violência contra mulheres, promovendo competências pessoais, sociais e de defesa pessoal para o empoderamento das mulheres, uma vez que o panorama geral apresenta uma taxa elevada de violência contra as mulheres, nomeadamente violência doméstica.