04/02/2015

EMPODERAMENTO?



Este post pretende levantar questões por modo a iniciarmos um debate/dinâmica saudável e assim tentar perceber um pouco melhor o porquê do que aqui vai ser exposto.
Mais uma vez, o que irei escrever de seguida são opiniões, ideias, pensamentos e/ou ilusões que tenho (sinto) cada vez que penso em melhorar o nosso projecto A(r)MA-TE ou penso no que podemos fazer às pessoas no seu geral para que situações que vejo no quotidiano, como mandar piropos a uma mulher, apalpar a mulher, cercá-la, fazer troça, entre muitos outros comportamentos bem mais perigosos, acabem.

Este texto destina-se essencialmente a mulheres e tem o principal objetivo de questionar o porquê da mulher ocidental em pleno Séc. XXI, continuar ainda a sofrer represálias da sociedade, pelo simples facto de… ser mulher.

EMPODERAMENTO? 
Como fazê-lo? Conseguimos na realidade chegar a um estado de “poder” ou ficamos “só” pelo chamado “poder interior”?
Numa altura em que tanto se fala de empoderamento e quando verificamos que tantas mulheres conseguem criar uma carreira bem sucedida, especialmente com filhos, continua sempre a existir este estigma de sermos um “ser inferior”, alguém que como diz na própria Bíblia, veio da costela do Homem. Logo, como podemos nós ultrapassar isto?

A mulher é vista como objecto em tantas coisas. Sair à rua de mini-saia é sinónimo de poder ser violada? Se formos com um decote um pouco maior, também? E se pudéssemos ou preferíssemos andar nus?
Porque é que em vez de nos ensinarem a vestir adequadamente, não ensinam os homens a respeitar, a considerar a mulher um ser igual e não um ser simplesmente sexual?

Porque ensinam às mulheres desde crianças que o seu propósito é casar, ter filhos, manter um casamento “feliz” (que é positivo) mas não ensinam o mesmo aos homens?
Porque ensinam as mulheres a “lutar” por um homem, sem qualquer problema em guerrear com quem for preciso mas não nos ensinam desde meninas a lutar pelos nossos próprios ideais ou a lutar pelo que queremos à parte de Homens, como por exemplo, um posto de trabalho acima da média?... Aqueles que poucas mulheres ainda exercem..

Temos vindo a alcançar vários objetivos, é um facto, temos a nossa suposta liberdade, podemos votar, já podemos trabalhar  mas, no entanto, (e falando no Ocidente, onde casos tão extremistas como no Oriente não acontecem) porque continuamos a ouvir todos os dias que maridos ou companheiros matam? Matam as companheiras, matam os seus filhos, violam-nos na rua como um "pedaço de carne" que aconteceu, por acaso, estar a passar no local errado à hora errada… Porquê?

Quando iremos conseguir andar na rua sem medo? Percebemos que não é por vestir a tal mini saia ou estarmos cobertas da cabeça aos pés… Sentimo-nos inseguras de qualquer forma… Ainda acontece porque está formatado em várias destas cabeças perturbadas que nós mulheres, somos “coisas”. Penso sempre nestes indivíduos e questiono-me se têm filhas... E se sim, como conseguem fazê-lo mesmo assim?

Podemos sempre lutar pela igualdade mas enquanto, de facto, não existir uma educação semelhante na escola, principalmente em casa (e atenção que sabemos perfeitamente que nem tudo poderá ser ensinado da mesma forma… Os meninos não têm o período.) onde ensinem os valores, uma moral onde a menina e o menino devem ser respeitados de igual forma, tratados de maneira semelhante, com os mesmos direitos, sem sequer pensarmos na possibilidade de “fazer mal a uma mulher só porque sim”, a mentalidade nunca irá mudar…

Perante alguns homens, estes que tendem a não evoluir, seremos sempre vistas como um objecto sexual? Uma procriadora? Uma dona de casa? Para quando esta mudança? Até quando?

Verificamos que também se torna difícil para mulheres que lutam pelo empreendedorismo (por mais e melhor para si mesmas, estarem bem consigo),viverem numa sociedade como esta, sendo constantemente apontadas ou chamadas à razão:
- Porque não casas?
- Porque não tens filhos?
- Porque deixaste o teu namorado?
- Porque queres um trabalho melhor?
- Porque vais desistir do teu trabalho, não estás bem?
- Porque não fizeste o que ele pediu?

A culpa… a culpa é sempre nossa…
Porquê… Porquê… Porquê….?

Atenção que os exemplos que estamos a dar até agora são relativos a mulheres que rondam a faixa etária dos 20 aos 40 anos… Mas… e as mais velhas? Aquelas que foram educadas ainda mais rigidamente que nós? Que não se separam? Que são vitimas porque é essa a única maneira de proteger os filhos ou para que ninguém nunca saiba? Quem as ensina que não é normal ser-se vítima? Que não é normal ter medo de perder os filhos? 
E as mais novas? Que aceitam um namorado que as trate mal, pois é sinal que as amam e se importam com elas? Onde está a auto-estima, a valorização pessoal?
É difícil empoderarmos alguém quando somos ensinadas desde pequenas que somos seres “mais fracos”…

Há esperança? Há.
Cada vez mais, mulheres mais empreendedoras e com uma melhor auto-estima? Sim.

E por isso, ficamos felizes com projectos como o nosso ou semelhantes.. Vemos lutar pela mudança em nós, embora não dependa só de nós, como referido anteriormente.

Quando irão começar a ensinar a Igualdade?

Qual a vossa opinião? O que devemos fazer para melhorar e para que o futuro se torne ainda mais risonho?

Estejam à vontade para comentar. As vossas opiniões contam. Juntas devemos tentar descobrir um caminho ainda melhor, por nós, pelos nossos filhos e por quem ficará cá a batalhar.

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